O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou dez homens por integrarem uma organização criminosa especializada em furtar sacas de café beneficiado em propriedades rurais na região de Carmo do Paranaíba, no Alto Paranaíba.
A Justiça acatou o pedido do MPMG e decretou a prisão preventiva de mais seis acusados nesta semana. Quatro integrantes já estavam presos. O grupo foi denunciado pelos crimes de furto qualificado e organização criminosa. Os dois líderes da quadrilha, pai e filho, também foram denunciados por posse e porte ilegal de arma de fogo.
O Esquema dos Fundos Falsos e a Fraude na Pesagem
De acordo com a Promotoria de Justiça, o esquema criminoso envolvia a adulteração de maquinário e o uso de compartimentos ocultos nos veículos para reter parte do café beneficiado, desviando-o em proveito próprio.
A investigação detalha que os denunciados fraudavam a pesagem ao entrar nas fazendas com bolsões secretos cheios de areia fina e peças de ferro nos caminhões. No trajeto até o local de armazenamento do café, esse material era descartado. Durante o beneficiamento, os tanques ocultos eram enchidos com grãos de café, o que fazia o peso de saída do veículo coincidir com o peso de entrada, evitando a detecção da subtração.
Após o furto, os caminhões eram levados para pátios e galpões em Carmo do Paranaíba, onde a quadrilha guardava o maquinário de fraude e as sacas de café. Segundo a denúncia, os crimes ocorreram nos anos de 2024 e 2025.
Balanço da Investigação
Em agosto deste ano, o cumprimento de um mandado de busca e apreensão resultou na localização de:
171 sacas e 36 bags de café furtados.
Um caminhão com compartimento oculto.
Um trator agrícola e anotações sobre o esquema criminoso.
A denúncia do MPMG detalhou o funcionamento da fraude e a estrutura hierárquica da organização, que incluía membros do município e de cidades do Espírito Santo.
Fonte: Ministério Público de Minas Gerais