Governo discute mudanças nos limites de velocidade para reduzir acidentes no trânsito

O governo federal abriu uma consulta pública para revisar o Guia de Gestão de Velocidades no Contexto Urbano, documento que orienta União, estados e municípios na definição dos limites de velocidade. A proposta faz parte do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), que busca diminuir os índices de acidentes, mortes e feridos graves em todo o país.

Segundo o Ministério dos Transportes, a discussão não se resume apenas a fiscalização e multas, mas envolve planejamento urbano, engenharia viária e ações integradas. “Queremos mostrar que gerir velocidades vai muito além de fiscalizar e multar. Trata-se de salvar vidas”, explicou o secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão.

Uma das mudanças em estudo é a adoção de velocidades menores em áreas urbanas, alinhadas às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Banco Mundial. A Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) sugere que ruas locais, onde há maior circulação de pedestres, ciclistas e crianças, passem a ter limite padronizado de 30 km/h. Já avenidas que conectam bairros e regiões poderiam operar entre 40 km/h e 50 km/h, desde que contem com infraestrutura adequada para reduzir riscos de acidentes graves.

Hoje, os limites seguem o que estabelece o Código de Trânsito Brasileiro (CTB):

80 km/h em vias de trânsito rápido;

60 km/h em vias arteriais;

40 km/h em vias coletoras;

30 km/h em vias locais, quando não há sinalização específica.

No caso das rodovias, os limites variam de acordo com o tipo de pista:

110 km/h para carros e motos em rodovias de pista dupla;

100 km/h em rodovias de pista simples para carros e motos;

90 km/h para veículos pesados;

60 km/h em estradas não pavimentadas.

A consulta pública realizada em agosto reuniu contribuições da sociedade civil, especialistas e órgãos de trânsito, e servirá de base para atualizar o guia que orienta gestores públicos. A expectativa é que, com limites mais seguros e políticas de mobilidade integradas, o Brasil avance na redução de mortes no trânsito — um desafio ainda presente nas cidades e rodovias.

Fonte: Portal Imbiara