Um homem de 54 anos, da cidade de Carmo do Paranaíba, faleceu na noite deste domingo (05/04), no Hospital Regional na cidade de Patos de Minas, e teve que ser sepultado com caixão lacrado poucas horas após a morte, por apresentar alguns sintomas da doença COVID-19. Ele passou mal durante o dia na zona rural e procurou pessoalmente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde precisou ser entubado e transferido às pressas para Patos de Minas. Inicialmente diagnosticado com Hantavírus, o quadro de saúde de Ademaro Francisco de Arruda se agravou e ele acabou morrendo.
Como a morte de Ademaro aconteceu em circunstâncias parecidas com as da doença COVID-19, os médicos que o atenderam atestaram que as possíveis causas do falecimento seriam hantavírose, H1N1 ou até mesmo por coronavírus, pelo paciente ter apresentado insuficiência respiratória gravíssima. Com isso, a família do falecido foi obrigada a realizar o sepultamento dele no cemitério municipal de Carmo do Paranaíba por volta das 04h30 da madrugada desta segunda-feira (06). O enterro que foi acompanhado pela Polícia Militar aconteceu sem velório e sem a presença de parentes, o que causou ainda mais comoção aos familiares.
Diante da situação, surgiram vários comentários maldosos na cidade lançados pelas redes sociais, sobre a morte. Sendo assim, nossa reportagem obteve contato com a família de Ademaro, que esclareceu sobre o seu falecimento. Eles contaram que ele passou mal na fazenda onde morava, na região de Lagoa dos Estulanos, no município de Carmo de Paranaíba. Na companhia da esposa, o homem pegou o carro e dirigiu até a UPA. No local devido à gravidade que ele apresentava no quadro clínico foi colocado em tratamento intensivo. Algum tempo depois o paciente foi transferido para o Hospital Regional em Patos de Minas.
Logo após dar entrada no hospital seu estado de saúde piorou e ele perdeu a vida. Ambos os médicos que atenderam Ademaro, tanto em Carmo do Paranaíba quanto em Patos de Minas, acabaram suspeitando do hantavírus, pela maioria dos sintomas apresentados serem da doença que é causada pela urina, saliva e fezes de ratos. Mas segundo os familiares como a pandemia do coronavírus tem deixado em alerta máximo todos os profissionais de saúde da região, os médicos preferiram acrescentar a hipótese de COVID-19, sendo que o falecido tinha sintomas da doença, sendo assim colhido material também para a realização do exame de COVID-19.
Por fim, atendendo aos protocolos de pessoas que falecem com algum sintoma da doença, o corpo de Ademaro Francisco de Arruda acabou tendo que ser sepultado com caixão fechado. Nem os próprios familiares puderam ter acesso ao corpo do ente querido. Todos os parentes e amigos de Ademaro estão muito abalados com o ocorrido. Eles pedem inclusive, que cessem os comentários maldosos sobre os motivos do falecimento do homem, principalmente porque é preciso aguardar a confirmação das causas da morte, que tem a maior possibilidade de ser mesmo a hantavirose.
Matéria: Vanderlei Gontijo e Julio Cesar com informações de familiares