Após mais de 44 horas de silêncio, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), não falou sobre a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no domingo (30). Direto do Alvorada, em pronunciamento oficial, ele ainda minimizou o bloqueio por caminhoneiros contrários ao resultado das urnas, que deram a vitória ao petista.
“Os atuais movimentos populares são frutos de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas nossos métodos não podem ser como o da esquerda, que sempre prejudicaram a população”, declarou, complementando que continuará “cumprindo Constituição”.
Bolsonaro ainda terceirizou o resultados das urnas, com uma fala do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), que afirmou que iniciará “o processo de transição”. Segundo ele, “na quinta-feira (3) será formalizado nome de Alckmin. Aguardaremos isso para iniciar formalmente o processo de transição”.
Em seu primeiro pronunciamento público depois de mais de 40 horas após a confirmação de que Lula venceu as eleições, o presidente Bolsonaro disse que respeita a constituição, mas não entrou em detalhes sobre a derrota para Lula.
Também estiveram presentes, acompanhando Bolsonaro o ex-ministro, e que foi candidato a vice, Braga Netto, e o deputado federal Hélio Lopes (PL).
O TSE anunciou que o petista estava matematicamente eleito às 19h54 de domingo (30). Desde então, Bolsonaro não havia emitido nenhuma manifestação pública, seja por escrito, discurso ou pelas redes sociais.
Dois de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL-RJ), também não se pronunciaram até a tarde desta terça-feira (1). O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o seu filho Jair Renan Bolsonaro, o filho 04 do chefe do Executivo, foram ao Twitter para agradacer aos eleitores do pai e pedir para “erguer a cabeça e não desistir do Brasil”.
Na segunda (31), Bolsonaro esteve ao Palácio do Planalto, onde teve reuniões com ministros e aliados. Entre eles, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Já nesta terça (01), o presidente convidou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para uma reunião no Palácio da Alvorada, onde permaneceu recolhido ao longo da manhã.
Bolsonaro expressaria aos ministros sua posição a respeito das eleições, com possíveis críticas à atuação do TSE, vista por ele como tendenciosa a favor do agora presidente eleito Lula. No entanto, o presidente também confirmaria que não pretende contestar o resultado da apuração.
Fonte: O Tempo
